Herança de Gaiteiro Herança de Gaiteiro - Domador

"Certa feita seu Juvêncio, estanceiro do paredão
Me ajustou pra que eu domasse um cuiúdo redomão
cheguei na istância bem cedo e fui "proziar" com o patrão
que me mostrou o animal "veio", atado em frente ao galpão"

Era uma venta rasgada escuro que nem tição
Pensei, vou riscar teu teu corpo do fucinho inté os garrão
Sou ginete destorcido, que nunca caiu no chão
Hoje te deixo mansinho pra arreio do meu patrão
Eu nunca encontrei matungo
Que me atirasse no chão
Eu domo espora e mangaço
E entrego manso ao patrão

Tomei um golão de pura comprada lá no Bolicho
"Meti-lhe" o bocal nos queixo e apertei bem a capricho
Tiro a tua cisma e as cosca te encilho e boto rabicho
Saltei pra cima de em pelo entonado que nem capincho

Dei um mangaço na marca e finquei a espora no bicho
Saiu corcoveando a toa bufando e dando relincho
Parecia ter no lombo um bachero com carrapicho
De longe até parecia o balançar dos pelinchos

Cuiúdo não me amedronta na doma sou bem tranquilo
Aporreado que eu sento em cima fica manso ao meu estilo
Experiência nessa lida a gente não compra aquilo
Calmante em fundo de campo é ouvir o cantar dos grilo